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Secretários de Agricultura do Sul e Sudeste discutem desafios do setor com Geraldo Alckmin

 

Os sete secretários de Agricultura do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) tiveram uma reunião nesta quarta-feira (19), em Brasília, com o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin. Eles conversaram sobre vários temas que envolvem a agropecuária, entre eles o risco que significa a gripe aviária para o País – são mais de 60 casos confirmados, a imensa maioria em aves silvestres. O Cosud reúne os estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.

O secretário da Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, avaliou o encontro como positivo. “Reputamos como uma agenda muito boa, qualificada e um bom entendimento por parte do presidente”, disse Ortigara. Segundo ele, as discussões serão reforçadas nos próximos dias, com vistas a ajudar o Brasil a enfrentar os desafios que se colocam na agropecuária. “É o ganha-pão do Brasil, o nosso principal negócio, por isso temos que defendê-lo”, justificou.

Sobre a gripe viária (H5N1), uma doença detectada pela primeira vez no Brasil, Ortigara explicou que os estados vêm tomando várias medidas de vigilância e de atuação rápida e eficaz em todas as notificações. “Nesse momento pedimos uma participação mais efetiva do governo federal no enfrentamento dessa enfermidade”, disse o secretário do Paraná.

Outra questão envolveu o excesso de importação de leite, que tem prejudicado os produtores brasileiros. A reforma tributária, que já passou pela Câmara dos Deputados e agora está sendo discutida no Senado, foi outro tema das conversas. O objetivo dos secretários é que o setor não seja impactado pelas mudanças. “Tratamos dos aspectos relevantes para não afetar em demasia o setor que produz”, afirmou Ortigara.

Os secretários também falaram sobre o calendário de plantio da soja divulgado recentemente e que não atendeu os desejos dos dirigentes de entidades do agronegócio e dos produtores. No caso do Paraná foi estabelecido entre 11 de setembro e 19 de dezembro, quando o pedido era que se estendesse até o final de janeiro. O Estado produziu nesta safra 22,45 milhões de toneladas em uma área de 5,78 milhões de hectares. “Levamos ao conhecimento da Presidência da República para haja uma definição final”, explicou Ortigara.

Outro assunto abordado foi a relação entre o Código Florestal e a Lei da Mata Atlântica. “É um tema muito perigoso, que pode trazer instabilidade jurídica para todo o Brasil, mas especialmente para 17 estados”, ponderou o secretário da Agricultura do Paraná.

No encontro também se conversou sobre a produção de borracha, assunto mais focado em São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e um pouco no Paraná. Segundo Ortigara, há um problema de incapacidade competitiva frente à importação com baixo imposto neste segmento, afetando o desempenho da indústria nacional.


AEN