Engenheiros Cartógrafos celebram ofício que anda de mãos dadas com a tecnologia e inovação | |
Jocéli Bogusz, Engenheira Cartógrafa, escolheu a profissão por entender que o ofício é essencial para a construção da sociedade (Crédito - Arquivo pessoal) Dados, cálculos, mapeamentos, tecnologia e muita dedicação. Esses são apenas alguns dos elementos que fazem parte da rotina dos mais de 400 Engenheiros Cartógrafos do Paraná, que são homenageados no próximo dia 6 de maio. A profissão tem evoluído junto com as demandas da sociedade e, cada vez mais, ocupa espaço de destaque no cenário da Engenharia. Considerada uma das mais antigas profissões do mundo, a Engenharia Cartográfica tem o surgimento no Brasil em meados de 1811, quando foi criada a Academia Real Militar que, mais tarde, se tornou a Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil. Mas, em um contexto global, a origem é bem mais antiga e dá ênfase a um ofício que vai muito além do universo das exatas – um dos motivos que levou Jocéli Bogusz, Engenheira Cartógrafa, a escolher a profissão, há mais de duas décadas. “Fiz curso técnico em edificações e tive uma matéria que se chamava topografia. Nas primeiras aulas, percebi que aquilo era a base, pois antes de construir ou iniciar qualquer projeto, era necessário fazer o mapeamento do terreno e traçar o levantamento topográfico. Me apaixonei na hora porque percebi que, enquanto Engenheira Cartógrafa, eu poderia ajudar na construção de qualquer coisa. Somos nós que abrimos as portas para muitas evoluções na sociedade”, destaca a Engenheira. De Curitiba, Jocéli atua diretamente no setor de planejamento do Instituto Água e Terra (IAT). Mas durante a carreira, ela garante: as realizações vão muito além do presente, pois a Engenharia Cartográfica é capaz de ajudar a projetar o futuro. “Fui uma das coordenadoras do projeto da Base Hidrográfica do estado do Paraná na escala 1 para 50 mil, base inteligente que cobre todo nosso estado e é a nossa referência atual. Também coordenei um projeto de imageamento de satélite para ajudar a Copel a fazer a gestão dos ativos. Isso gerou um terceiro grande trabalho, coordenado pelo Estado, onde geramos mapas de uso e ocupação do solo do Paraná – e esse é o mapa mais moderno e atualizado que temos para identificar o que é floresta, rio, área urbana, área rural, pastagens de todo o nosso estado”, relembra Jocéli. Muito além dos mapas “É uma profissão que se mostra cada dia mais essencial. Em conjunto com a tecnologia da informação, por exemplo, a Engenharia Cartográfica é capaz de gerar dados de identificação por inteligência artificial para ajudar as gestões públicas a serem mais eficientes em questões básicas como iluminação pública, gestão de terrenos de cemitérios, mapeamentos aéreos para atualizações tributárias e Regularização Fundiária Urbana”, cita o presidente do Crea-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná), Ricardo Rocha.
“Também é importante lembrar que a maioria das universidades brasileiras uniu a Engenharia Cartográfica com a Engenharia de Agrimensura, criando assim o curso de Engenharia de Agrimensura e Cartográfica, o que aumentou o rol de atividades dos Engenheiros Cartógrafos e Agrimensores, que também podem trabalhar com monitoramento de estruturas, regularização fundiária rural e urbana, levantamentos aerofotogramétricos, participar de equipes multidisciplinares que definem os planos diretores das cidades, projeto e locação de estradas e com determinação de valores da gravidade, que podem ser associados a trabalhos de altimetria, por exemplo,” comenta Wander. Sendo assim, a atividade se atualiza, se amplifica e se adequa continuamente às necessidades do mundo. “Temos muito orgulho de cada um dos Engenheiros Cartógrafos e Agrimensores do nosso Estado, pois vemos o quanto a atuação deles é essencial para a sociedade. Estamos acompanhando as constantes atualizações do setor e esperamos que, cada vez mais, essa profissão continue cumprindo a sua missão e deixando bons legados por todo o território”, conclui Ricardo. No Brasil, os estudos de cartografia estão relacionados ao processo histórico de produção de mapas para a descrição do território. O Exército Brasileiro e o IBGE são algumas das instituições brasileiras que se destacam neste segmento de estudo. Hoje, a maioria dos cursos de Engenharia Cartográfica dá também a atribuição de Engenheiro de Agrimensura. Desta forma, o profissional é denominado Engenheiro Cartógrafo e de Agrimensura.
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